EPISTEMOLOGIA

22/03/2016 15:29

EPISTEMOLOGIA OU TEORIA DO CONHECIMENTO EM PLATÃO

Na época que Platão viveu (séc. IV a. C.), era muito comum a concepção de que o homem conhece a partir dos seus sentidos. No entanto, para muitos sábios da época, o conhecimento não só começava como também não poderia ir além da sensibilidade. É notável neste período a máxima protagoriana: “o homem é a medida de todas as coisas”. Isso equivale dizer que cada ser está tão somente encerrado em suas representações subjetivas que ou era impossível uma verdade absoluta (mas uma particular, de cada um) ou que era impossível qualquer conhecimento.

Esse modo de pensar devém da filosofia de Heráclito para quem tudo está em movimento. Ora, se questiona Platão, se tudo está em movimento, no momento mesmo em que se determina algo, este já mudou, já se transformou e, com isso, o conhecimento torna-se impossível! Da mesma forma, se só existem verdades subjetivas, particulares ou relativas, a própria Ideia de verdade não existe absolutamente, o que também impossibilita o erro, portanto, o conhecimento.

Para superar essa noção de realidade transitória, Platão precisa mostrar como nossos sentidos são capazes de nos enganar e que, por isso, devemos procurar em outro lugar o fundamento do conhecer. Este “lugar” é a alma.

Platão pensa que é a inteligência que garante a estabilidade dos seres sensíveis. Isso quer dizer que a transitoriedade evidenciada nas coisas sensíveis não podem dar razão de si e por si mesmas. Daí é preciso buscar compreender que todo conhecimento provem do raciocínio que alcança a forma dos objetos, forma esta que guarda consigo mesma uma identidade atemporal e indestrutível.

O homem deve, pois, buscar ascender do mundo sensível ao inteligível para ter um real conhecimento dos seres. Deve, antes de mais nada, abandonar suas pré-concepções, seus pré-juízos, seus pontos de vistas destorcidos pelas opiniões irrefletidas e, a partir disso, começar a escala rumo às Ideias.

Ideia, segundo Platão, é um principio inteligível, que não sofre geração nem corrupção, sendo, portanto, fundamento do conhecimento das coisas. Todavia, o homem somente consegue alcançar as ideias pela sua razão, pelo pensamento reflexivo que ao abstrair todas as particularidades físicas dos objetos estudados, consegue intuir a forma determinante de cada ser, conferindo-lhe estabilidade e permitindo ser conhecido. As Ideias são puramente espirituais, não contendo materialidade alguma, nem contato com o mundo sensível. Na verdade, este tem o seu modo de ser, de existir somente por participar das ideias do mundo inteligível. O inteligível transcende o sensível e o determina.

Dessa forma, já nascemos com os princípios inteligíveis que nos permitiriam conhecer o mundo sensível. Cabe ao homem não deixar se fascinar pelas sensações e sim subordiná-las à inteligência a fim de realmente conhecer verdade dos seres e de si mesmo, dedicando sua vida à formação do espírito.

Por João Francisco P. Cabral

Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

epistemologia
substantivo feminino
FIL
  1. 1.
    reflexão geral em torno da natureza, etapas e limites do conhecimento humano, esp. nas relações que se estabelecem entre o sujeito indagativo e o objeto inerte, as duas polaridades tradicionais do processo cognitivo; teoria do conhecimento.
  2. 2.
    freq. estudo dos postulados, conclusões e métodos dos diferentes ramos do saber científico, ou das teorias e práticas em geral, avaliadas em sua validade cognitiva, ou descritas em suas trajetórias evolutivas, seus paradigmas estruturais ou suas relações com a sociedade e a história; teoria da ciência.

          A Epistemologia é o ramo da filosofia que estuda a origem, a estrutura, os métodos e a validade uma resposta dogmática ou empirista. Uma outra questão é sobre os limites do conhecimento haverá realmente a distinção entre um mundo cognoscível e um mundo incognoscível? E finalmente a tradicional questão sobre a origem do conhecimento, por que faculdades atingimos o conhecimento, haverá realmente a priori no conhecimento humano?

Há ainda outras questões relativas ao conhecimento, como a da diferenciação dos vários tipos de conhecimento, pode apreender-se conhecimento pela memória, pelos livros, de forma indirecta, ou de forma directa, através do contacto do sujeito com o objecto.

Finalmente o problema da verdade será a verdade qualquer coisa de intrínseco às coisas? Deverá a verdade adaptar-se conforme o sistema de proposições a que se refere e em relação a um conjunto consistente de frases? Dependerá a verdade da relação de correspondência entre uma proposição e o seu objecto?

A epistemologia aparece ligada à I.A. devido aos seus estudos na área do conhecimento. A questão da representação do conhecimento humano é uma das problemáticas mais relevantes no panorama actual da I.A.. Ligada a ela aparece mesmo um ramo da I.A. que hoje denominamos por engenharia do conhecimento, o qual se preocupa com as questões das linguagens de programação e dos sistemas periciais.

 do conhecimento (daí também se designar por filosofia do conhecimento). Ela relaciona-se ainda com a metafísica, a lógica e a psicologia. Ela é ainda um dos principais ramos da filosofia, talvez mesmo aquele que mais se destaca, e os seus problemas compreendem a questão da possibilidade do conhecimento, que nos coloca a dúvida se o ser humano conseguirá algum dia atingir realmente o conhecimento total e genuíno, fazendo-nos oscilar entre

A epistemologia é o ramo da filosofia que estuda a origem, a estrutura, os métodos e a validade do conhecimento (daí também se designar por filosofia do conhecimento). Ela relaciona-se ainda com a metafísica, a lógica e a psicologia. Ela é ainda um dos principais ramos da filosofia, talvez mesmo aquele que mais se destaca, e os seus problemas compreendem a questão da possibilidade do conhecimento, que nos coloca a dúvida se o ser humano conseguirá algum dia atingir realmente o conhecimento total e genuíno, fazendo-nos oscilar entre uma resposta dogmática ou empirista. Uma outra questão é sobre os limites do conhecimento haverá realmente a distinção entre um mundo cognoscível e um mundo incognoscível? E finalmente a tradicional questão sobre a origem do conhecimento, por que faculdades atingimos o conhecimento, haverá realmente a priori no conhecimento humano?

Há ainda outras questões relativas ao conhecimento, como a da diferenciação dos vários tipos de conhecimento, pode apreender-se conhecimento pela memória, pelos livros, de forma indirecta, ou de forma directa, através do contacto do sujeito com o objecto.

Finalmente o problema da verdade será a verdade qualquer coisa de intrínseco às coisas? Deverá a verdade adaptar-se conforme o sistema de proposições a que se refere e em relação a um conjunto consistente de frases? Dependerá a verdade da relação de correspondência entre uma proposição e o seu objecto?

A epistemologia aparece ligada à I.A. devido aos seus estudos na área do conhecimento. A questão da representação do conhecimento humano é uma das problemáticas mais relevantes no panorama actual da I.A.. Ligada a ela aparece mesmo um ramo da I.A. que hoje denominamos por engenharia do conhecimento, o qual se preocupa com as questões das linguagens de programação e dos sistemas periciais.